O presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais) Toni Reis, publicou um artigo de
defesa à criminalização da homofobia no qual utilizou trechos da Bíblia
para afirmar que evangélicos que se opõem aos homossexuais estariam
cometendo pecado.
Usando pequenos trechos do Livro Sagrado do cristianismo, e citando
alguns líderes cristãos conhecidos, Reis afirma que os paramentares
evangélicos que se opõem a propostas que visem equiparar a discriminação
por orientação sexual ao racismo estão fazendo “acepção de pessoas”.
No artigo,
publicado no site LGBT Mix Brasil, o presidente da ABGLT cita a
Epístola de Tiago, para afirmar que os evangélicos estariam cometendo
pecado ao se manifestarem contra os homossexuais.
- Todavia, se estais cumprindo a lei real segundo a escritura: Amarás
ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem. Mas se fazeis acepção de
pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como
transgressores – afirma Reis, citando trechos do capítulo da carta de
Tiago.
Outro trecho bíblico citado pelo ativista gay para criticar a postura dos evangélicos é Atos 10:34, que afirma:
- Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas.
O ativista continua com as críticas aos cristãos em seu texto,
comparando os líderes evangélicos, que ele classifica como
fundamentalistas, a governos totalitários islâmicos, e até mesmo ao
regime nazista.
- Querer marginalizar segmentos da sociedade em nome de uma suposta
verdade é uma prática perigosa, e também um erro no sentido original da
palavra pecar (errar o alvo) – comenta o líder LGBT, que compara ainda a
oposição de evangélicos ao ativismo gay à perseguição sofrida por
diferentes grupos cristãos ao longo da história.
Ele usa em seu texto também referências a líderes cristãos, como o
bispo negro sul africano, Desmond Tutu, da igreja Anglicana, ganhador do
Prêmio Nobel da Paz. Segundo Reis, o Tutu tem se posicionado inúmeras
vezes contra a prática de fazer acepção às pessoas LGBT.
- Discriminar nossas irmãs e nossos irmãos que são lésbicas ou gays
por motivo de sua orientação sexual é para mim tão totalmente
inaceitável e injusto quanto o apartheid… Opor-se ao apartheid foi uma
questão de justiça. Opor-se à discriminação contra as mulheres é uma
questão de justiça. Opor-se à discriminação por orientação sexual é uma
questão de justiça. É improvável que o Jesus a quem louvo colabore com
aqueles que vilipendiam e perseguem uma minoria que já é oprimida –
afirma Desmond Tutu.
Para ressaltar os homossexuais como uma minoria oprimida, Toni Reis
cita ainda o líder protestante americano Martin Luther King, que ao se
referir aos negros discriminados em seu país afirmou que “quase sempre
minorias criativas e dedicadas tornam o mundo melhor”.
Na conclusão do texto, Toni Reis afirma que os homossexuais não tem
intenção de impor uma “ditadura gay” no Brasil, mas ressalta que se
defenderão com todas as armas políticas e jurídicas disponíveis dos
supostos ataques feitos pelos evangélicos.
Redação Gospel+
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