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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Presidente da ABGLT, Toni Reis, cita a Bíblia e diz que evangélicos estão pecando quando se opõem à agenda gay.


O presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) Toni Reis, publicou um artigo de defesa à criminalização da homofobia no qual utilizou trechos da Bíblia para afirmar que evangélicos que se opõem aos homossexuais estariam cometendo pecado.
Usando pequenos trechos do Livro Sagrado do cristianismo, e citando alguns líderes cristãos conhecidos, Reis afirma que os paramentares evangélicos que se opõem a propostas que visem equiparar a discriminação por orientação sexual ao racismo estão fazendo “acepção de pessoas”.
No artigo, publicado no site LGBT Mix Brasil, o presidente da ABGLT cita a Epístola de Tiago, para afirmar que os evangélicos estariam cometendo pecado ao se manifestarem contra os homossexuais.
- Todavia, se estais cumprindo a lei real segundo a escritura: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem. Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores – afirma Reis, citando trechos do capítulo da carta de Tiago.
Outro trecho bíblico citado pelo ativista gay para criticar a postura dos evangélicos é Atos 10:34, que afirma:
- Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas.

O ativista continua com as críticas aos cristãos em seu texto, comparando os líderes evangélicos, que ele classifica como fundamentalistas, a governos totalitários islâmicos, e até mesmo ao regime nazista.
- Querer marginalizar segmentos da sociedade em nome de uma suposta verdade é uma prática perigosa, e também um erro no sentido original da palavra pecar (errar o alvo) – comenta o líder LGBT, que compara ainda a oposição de evangélicos ao ativismo gay à perseguição sofrida por diferentes grupos cristãos ao longo da história.
Ele usa em seu texto também referências a líderes cristãos, como o bispo negro sul africano, Desmond Tutu, da igreja Anglicana, ganhador do Prêmio Nobel da Paz. Segundo Reis, o Tutu tem se posicionado inúmeras vezes contra a prática de fazer acepção às pessoas LGBT.
- Discriminar nossas irmãs e nossos irmãos que são lésbicas ou gays por motivo de sua orientação sexual é para mim tão totalmente inaceitável e injusto quanto o apartheid… Opor-se ao apartheid foi uma questão de justiça. Opor-se à discriminação contra as mulheres é uma questão de justiça. Opor-se à discriminação por orientação sexual é uma questão de justiça. É improvável que o Jesus a quem louvo colabore com aqueles que vilipendiam e perseguem uma minoria que já é oprimida – afirma Desmond Tutu.
Para ressaltar os homossexuais como uma minoria oprimida, Toni Reis cita ainda o líder protestante americano Martin Luther King, que ao se referir aos negros discriminados em seu país afirmou que “quase sempre minorias criativas e dedicadas tornam o mundo melhor”.
Na conclusão do texto, Toni Reis afirma que os homossexuais não tem intenção de impor uma “ditadura gay” no Brasil, mas ressalta que se defenderão com todas as armas políticas e jurídicas disponíveis dos supostos ataques feitos pelos evangélicos.

Redação Gospel+

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