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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Deputados evangélicos resistem à Frente LGBT.

Religiosos não querem a homofobia, por exemplo, discutida em uma frente específica na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

A batalha pelo voto entre evangélicos e não evangélicos, que ganhou força nas eleições de outubro, vai se repetir, agora, no plenário da Assembleia Legislativa. Os parlamentares ligados às igrejas protestantes prometem derrubar todas as bandeiras levantadas pela Frente pela Cidadania LGBT (lésbicas, gays e transgêneros) cujo funcionamento foi oficializado ontem.

Daniel Coelho (PV), líder da Frente, prefere ´não crer` que haverá contraposições de debates, principalmente nas questões que envolvam homofobia. ´Quando você debate as questões homofóbicas você também debate a família, porque os homossexuais podem constituir família. Então eu não vejo o porquê desse antagonismo que apresentaram`, salientou Coelho, referindo-se à resistência à formação da Frente demonstrada pelo deputado do PSC, Cleiton Collins (foto), pastor evangélico e recordista de votos nas urnas em outubro.

Coelho ressaltou que é importante levantar ´essa bandeira` para que não se repitam casos comoo de duas jovens lésbicas agredidas na terça-feira porque se beijavam em uma festa em Natal. ´Da mesma forma que há delegacia para a mulher e para a criança, queremos uma delegacia para tratar de crimes e agressões homofóbicas`, defendeu o parlamentar. O tema será um dos primeiros a serem debatidos na Frente.

A oficialização da Frente pela Cidadania LGBT sofreu forte resistência da bancada evangélica, composta por cinco deputados. Já está marcado para hoje a primeira reunião da Frente da Família como uma espécie de resistência à Frente LGBT. ´A Frente da Família é um contraponto à LGBT`, disse Collins, que vai liderar o grupo. O parlamentar promete questionar as proposições que, ao ver da bancada evangélica, sejam ´contra a família`, como a união entre homossexuais. O parlamentar lembrou que fará isso pois ´tem compromisso com os eleitores`, principalmente os evangélicos.

O presbítero Adalto (PSB), também evangélico - o segundo lugar nas urnas em outubro - fez promessa semelhante. ´Certamente haverá conflito.Toda vez que alguém subir à tribuna para levantar a bandeira do homossexualismo nós vamos defender a família`, disse. O presbítero disse que ´não vê com bons olhos` a discussão das questões homossexuais de maneira separada. ´Elas poderiam ser discutidas dentro da Comissão de Cidadania. Não há necessidade de um tratamento especial para o tema.`

O cientista político Robinson Cavalcanti vê como normal o ´barulho` que o tema provocou. ´Por séculos, concebeu-se a família como a união do homem com a mulher. As reivindicações homossexuais são recentes e o que vimos na Assembleia é um eco dos conflitos que elas causaram na sociedade`, argumentou. O também cientista político Túlio Velho Barreto acrescentou que o debate resulta da exigência dos eleitores evangélicos. ´É legítimo que o deputado defenda os interesses da sua base eleitoral, seja evangélica ou homossexual`. Mas Barreto acredita que isso não deve ´ultrapassar a discussão de direitos`, sem invadir questões morais que fugiriam à perspectiva da atuação parlamentar.

Deputados querem visibilidade para ações

Eles cresceram na Casa Joaquim Nabuco ao saltarem de três para cinco deputados estaduais. Juntos, respondem hoje por 366.777 votos e formam a bancada evangélica da Assembleia. Na união em torno da Frente Parlamentar da Família, viram um meio de garantir espaço e ´força oficial`, como define o líder do grupo, o pastor Cleiton Collins (PTC). ´A bancada evangélica não tem representação constitucional. Já com a Frente passamos a ter direitos e ganhamos espaço para discutir e enfrentar questões polêmicas`, argumentou.

A Frente da Família atende à representação do segmento evangélica e, como consequência, já anunciou que vai se contrapor à Frente LGBT, aprovada nesta semana sob forte resistência da bancada dos cinco deputados. Porém, não são apenas eles. A Frente da Família também conta com a participação de parlamentares assumidamente católicos como o deputado Eriberto Medeiros (PTC).

Collins levantou ainda um outro porquê para a criação dessa Frente, e este sem conotações religiosas. Segundo ele, toda a bancada evangélica é composta por governistas, enquanto a Comissão de Cidadania, responsável pelos temas sociais, é presidida por Betinho Gomes (PSDB), da oposição. Sem a Frente, as propostas vindas de parlamentares do grupo poderiam ser barradas na comissão por questões ´meramente políticas`.

As duas frentes também foram criadas na legislatura passada. A LGBT tinha a liderança de Isaltino Nascimento (PT), atualmente secretário estadual de Transportes. Ele relembra, apesar de tratar questões polêmicas como união homofóbica, o diálogo foi permanente entre elas, não havendo o tumulto presenciado na Assembleia nesta semana. ´Eu fazia parte das duas frentes, porque acredito que qualquer forma de preconceito está ultrapassado`, disse.

Na análise do sociólogo e cientista político Délio Mendes, o embate entre conservadores e progressistas é histórico. ´Questões de comportamento sempre foram motivo de discussão, desde a Idade Média. Considero importante que secriem essas Frentes para que tenhamos uma sociedade saudável e democrática. O estado é laico e por isso cabe dentro dele posições antagônicas.`

Fonte: Diário de Pernambuco

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