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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Igreja e justiça da Bélgica são benevolentes com padres pedófilos.

Foi o que mostrou um relatório dirigido pela Igreja a pedido de parlamentares e revelado pelo jornal Le Soir.
A Igreja católica e a justiça belgas se mostraram muito benevolentes em relação aos padres pedófilos ao longo das últimas décadas, revela um relatório dirigido pela Igreja a pedido de parlamentares e revelado nesta quarta-feira pelo jornal Le Soir.
O relatório, elaborado pelo l informe, elaborado pelo cônego Etienne Quintiens, secretário da Conferência Episcopal da Bélgica, e enviado na terça-feira a uma comissão especial do parlamento belga, que trata dos casos de pedofilia na Igreja, enumera 134 "padres abusadores", 90 deles ainda vivos.
A esta cifra é preciso acrescentar, enfatiza o jornal Le Soir, meia centena de denúncias apresentadas depois da demissão, em abril de 2010, do bispo de Bruges (oeste), que admitiu ter abusado de seu sobrinho durante anos.
Dos 134 padres citados, apenas 22 (16%) tiveram a punição máxima que podia ser infligida por seu bispo, a suspensão definitiva. Apenas 21 (15%) fora para a cadeia.
Segundo o relatório da Igreja, as autoridades judiciais foram alertadas em 70% dos casos pelos chefes eclesiásticos ou pelas vítimas.
As eventuais punições variaram muito, segundo as dioceses. Em Hasselt (nordeste), a polícia ou a justiça cuidaram de 23 casos, dos 26 apresentados, mas nenhum sacerdote foi condenado à prisão ou suspenso definitivamente.
Em Gante (norte), em compensação dos 15 expedientes conhecidos, 11 acabaram em condenações e dois em suspensões definitivas.
Indagado no final de dezembro pelos parlamentares, o cardeal Godfried Danneels, primaz da Bélgica de 1979 a 2009, refutou a existência então de uma "vontade de encobrir conscientemente os abusos sexuais" cometidos dentro do clero.
Na véspera, a justiça belga anunciou que abriu uma investigação depois da apresentação de um testemunha sobre abusos cometidos contra crianças nos anos 1950 por religiosas no leste da Bélgica, uma semana depois de outra acusação feita contra freiras no outro lado do país.
A nova investigação foi aberta depois da apresentação do testemunho de um belga de 63 anos, que contou ter sofrido abusos nos anos 1950 nas mãos de freiras do orfanato Sint-Vincentius de Halen, na província de Limburgo (nordeste).
Depois da irlandesa, austríaca e americana, a Igreja belga se encontra sacudida por uma série de escândalos de pedofilia. Cerca de 500 pessoas denunciaram abusos cometidos por padres e, segundo parentes das vítimas, esses abusos levaram ao suicídio de 13 pessoas.
Os bispos do reino pediram oficialmente perdão, mas resistem a indenizar as vítimas, estimando que a justiça deve estudar a pertinência desta decisão.

Fonte: AFP

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